UMA nova façanha protagonizaram os garçons (barman) do afamado bar-restaurante Floridita, de Havana, ao elaborarem o maior daiquiri do mundo, um recorde Guinnes, com o qual quiseram comemorar o 113o aniversário natalício do genial escritor norte-americano Ernest Hemingway (1899-1961), Prêmio Nobel de Literatura.
“Este foi um sonho de todos os trabalhadores da instalação com o qual queremos festejar os 113 anos do nascimento de Hemingway que, por direito próprio, faz parte da magia, do charme do Floridita”, disse Andrés Arencibia Mohar, diretor do bar, situado na entrada da Rua Obispo, em plena Havana Velha, Patrimônio Cultural da Humanidade.
Aproximadamente 30 barman e ajudantes experientes, no mundo dos coquetéis e no ambiente gastronômico, utilizando 12 liquidificadores, elaboraram, em apenas 33 minutos, 275 litros desse refrescante drinque (equivalentes exatamente a 1.466 coquetéis).
O esforço requereu a utilização de 88 garrafas do prestigioso rum Havana Club branco, com três anos de envelhecido, além do resto dos ingredientes em suas correspondentes proporções: suco de lima, açúcar branco, gotas de licor marrasquino e gelo frappé.
Subidos em cadeiras, a ambos os lados da enorme taça de capitel triangular, típica do daiquiri, dois dos barman (Eduardo Bautista Viñole e Ahmed Labrador Crespo) foram vertendo as jarras dos liquidificadores, entregues por afamados bartenders, perante um grupo de convidados e jornalistas que lotaram a instalação e curiosos que contemplaram o acontecimento, numa tela colocada na rua.
A taça gigante, de mais de dois metros de alto e 1,30 metros de diâmetro, foi fabricada especialmente, para esta memorável ocasião, pelo artista das artes plásticas cubanas Lázaro Navarrete, que utilizou em sua confecção materiais como fibra de vidro, poliéster e resina de cristal, assim como as cores branca e vermelha, distintivas do Floridita.
Esta sui generis competição fez parte dos festejos pelo 195º aniversário da fundação do Floridita, que o escritor Ernest Hemingway, autor de Paris era uma festa, frequentou durante os 20 anos que viveu em Cuba, e cuja presença é imortalizada ali por uma estátua de bronze, de tamanho natural que, encostada à esquerda sobre o longo balcão de mogno, nos permite enxergar um Hemingway mais presente do que nunca.
Após o recorde, o primeiro daiquiri foi para ele, um “Papa Special”, como gostava de tomá-lo: duas doses de rum, sem açúcar, o sumo de meio limão, gotas de sumo de toranja e meia colherinha de marrasquino. Um ritual mesmo.
Um exigente júri esteve informado o tempo todo deste fato singular, integrado por José Castelar — “Cueto” — um enrolador de charutos, possuidor de cinco recordes Guinnes do charuto havana mais longo do mundo; o escritor cubano Fernando Fornés; o representante em Cuba da agência Lloyd’s Register EMEA, Otto Ermus; a diretora do museu Ernest Hemingway, Ada Rosa Alfonso; o jornalista Amado de la Rosa, do semanário Opciones e outros.
“Está saboroso, delicioso, excelente”, disse Cueto depois de se conhecer o veredicto para o novo Guinnes em Cuba, enquanto só os presentes e os que acompanharam a cerimônia, num pequeno parque próximo, foram convidados a degustar a bebida, muito propícia para o tórrido clima tropical.
O bar-restaurante Floridita, operado atualmente pela empresa extra-hoteleira “Palmarés”, abriu suas portas, pela primeira vez, em 1817.
Em 1953, foi reconhecido pela Revista “Esquire” como um dos sete bares mais famosos do mundo, especializado, além de em coquetelaria, em pratos à base de peixe e frutos do mar.
Em 1992, obteve o Prêmio Diamante Best of the Best Five Star, da Academia Norte-Americana das Ciências Gastronômicas, como o Rei do Daiquiri e Restaurante especializado em peixes e frutos do mar mais representativo.
por Juan Diego Nusa Peñalver do